Começa na próxima
sexta feira (02.03.2012), às 08:00h da manhã, e vai até o domingo (04.03.2012),
o VII Congresso da Pastoral Familiar da Prelazia de Coari (AM), cujo tema é: “A
Família: o Trabalho e a Festa” e vai ser realizado em Coari, no Auditório
Silvério José Nery. Os trabalhos são encabeçados pela equipe coordenadora da
Pastoral Familiar da Prelazia, sub a orientação eclesial do padre Raimundo
Carvalho Gordiano, Vigário Geral da prelazia e atual pároco da Paróquia Cristo
Libertador em Manacapuru. Vamos contar também
com a colaboração do casal coordenador da Pastoral Familiar da CNBB Norte I. Encontro
como este acontece a cada dois anos e é de extrema importância para a vida da sociedade
e da Igreja. Para o Papa Bento XVI “A Família é a Esperança de Deus”. O beato
João Paulo II dizia: “Uma autêntica família, fundada no matrimônio, é em si
mesma uma “boa notícia” (um Evangelho) para o mundo”. Rezemos pelas famílias de
nossa Prelazia de Coari para que saibam viver ao exemplo da Sagrada Família de Nazaré.
EVANGELIZAR NO CORAÇÃO DO ESTADO DO AMAZONAS:
"Sou missionário, sou Povo de Deus; sou índio, caboclo mestiço, fazendo da vida a missão. Aqui nesta grande tapera da Igreja Amazônica sou mensageiro de um Deus que é irmão... Somos filhos da Igreja do Norte, missionários desta região. Formamos a comunidade nesta geografia que temos nas mãos. Aprendemos a ouvir a mensagem de um Deus que nos fala na brisa, nas águas, nas flores, no chão... Jesus Cristo nosso guia, anima o nosso caminhar; nos aponta o caminho certo e de braços abertos vem nos ensinar" (Manoel Neris, Manacapuru, Prelazia de Coari-AM)
"Sou missionário, sou Povo de Deus; sou índio, caboclo mestiço, fazendo da vida a missão. Aqui nesta grande tapera da Igreja Amazônica sou mensageiro de um Deus que é irmão... Somos filhos da Igreja do Norte, missionários desta região. Formamos a comunidade nesta geografia que temos nas mãos. Aprendemos a ouvir a mensagem de um Deus que nos fala na brisa, nas águas, nas flores, no chão... Jesus Cristo nosso guia, anima o nosso caminhar; nos aponta o caminho certo e de braços abertos vem nos ensinar" (Manoel Neris, Manacapuru, Prelazia de Coari-AM)
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Novo Diácono da Prelazia de Coari (AM)
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
NA CATEDRAL DE COARI – O INÍCIO DA QUARESMA E O LANÇAMENTO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE DE 2012
No dia 22 de fevereiro de 2012, Quarta Feira de Cinzas, na catedral da
Prelazia de Coari, se celebrou a solene abertura da Quaresma e o lançamento da
Campanha da Fraternidade 2012 sobre o tema: “Fraternidade
e Saúde Pública" e o lema "Que a saúde se difunda sobre a
terra!" (Cf. Eclo, 38,8). A solene celebração eucarística, presidida pelo
bispo da Prelazia de Coari, Dom Marcos Piatek, contou com a presença dos padres
que trabalham nas três paróquias da cidade, do reitor do seminário Sant’Ana,
junto com os seminaristas, dos religiosos/as e, dos numerosos fiéis que superlotaram
a catedral. Desejamos a todos uma Santa Quaresma e frutífera Campanha da
Fraternidade.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
RETIRÃO DA JUVENTUDE – 2012 – MANACAPURU (AM)
Durante o carnaval 2012 os jovens das paróquias N. S. Nazaré e Cristo
Libertador rezam e refletem sobre o tema : “Juventude protagonista, com fé e
saúde fazendo missão”, tendo como lema: “Semente da verdade alicerce da igreja”.
O retirão se realiza na linda Comunidade Nossa Senhora de Aparecida Cajazeira
II (cerca de 02 hs de barco de Manacapuru) e conta com a presença de cerca de
150 jovens. Domingo, 19.02.2012, estava presente na Missa e almoçando com a
juventude Dom Marcos, bispo da Prelazia de Coari. Parabéns aos jovens e aos
organizadores! Que Deus lhes abençoe abundantemente!
A Paróquia Cristo Libertador, em Manacapuru (AM,) ganhou o novo pároco.
O padre Raimundo
Carvalho Gordaino foi empossado, no último domingo dia 19 de Fevereiro de 2012,
como pároco em Manacapuru. A solene liturgia da posse começou às 19:30h e foi
presidida por Dom Marcos Piatek, bispo da Prelazia de Coari. Além dos numerosos
fieis e familiares do padre Gordiano, inclusive da sua mãe, participaram alguns
padres da prelazia (Pe. Francisco José e Luis Carlos) e vários missionários
redentoristas (Pe. Zenildo, provincial dos redentoristas de Manaus, Pe.
Ignácio, Pe. Valter, Pe. Raimundo, Pe. André, Pe. Marcio e Pe. Josenaldo). Após
a celebração eucarística houve uma bonita confraternização. Desejamos ao Pe.
Raimundo a copiosa benção do Cristo Bom Pastor, a proteção de Maria e de
Senhora Santana, a padroeira da nossa prelazia.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
A MENSAGEM DO BISPO DA PRELAZIA DE COARI (AM) PARA A QUARESMA E A CAMPANHA DA FRATENIDADE DE 2012
“Assim diz o Senhor Deus, voltai para mim com todo o vosso coração;
rasgai o coração, e não as vestes; voltai para o Senhor, vosso Deus; Ele é
benigno, compassivo e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar” (Joel
2,12-13). “Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com
Deus” (2 Cor 5, 20).
Caríssimos Irmãos e Irmãs,
Preparamo-nos para percorrer o
caminho da Quaresma que nos conduzirá às solenes celebrações do mistério
central da fé: o mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo. A Quaresma
é o tempo favorável para o verdadeiro discipulado de Cristo e á busca de uma
vivencia autentica das obras penitenciais e ocasião providencial de conversão,
ajuda-nos a contemplar o supremo mistério do amor. Deus nos amou tanto que nos
deu o seu Filho amado para nos salvar (Jo 3, 16-18) e do amor infinito de Jesus
surge o seguimento a Ele: “Se quiseres me seguir tome a sua cruz e siga-me” (MT
8,34). A Quaresma constitui um retorno às raízes da fé, porque meditando sobre
o dom da Redenção, não podemos deixar de constatar que tudo nos foi dado por
iniciativa amorosa de Deus. Deus amou-nos com infinita misericórdia sem levar
em conta a condição de grave ruptura que o pecado causara na pessoa humana.
As práticas principais e
clássicas da Quaresma são a esmola, a oração e o jejum. Na palavra esmola está
incluído o nosso esforço de ajudar o nosso próximo em suas necessidades. Às
vezes precisamos dar um prato de comida, mas outras vezes precisamos ajudar as
pessoas que precisam de um ombro amigo, para chorar e desabafar, ou precisam de
uma orientação, ou de um simples sorriso. Através da esmola mostramos a Deus
que não somos apegados demasiadamente aos bens materiais - “quando deres
esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas” (Mt 6,
1-4). A oração é um diálogo com Deus, no qual o escutamos e falamos com ele.
Deus nos fala principalmente quando lemos a Bíblia, de modo especial os
Evangelhos. Há muitas formas de oração: Participar da Santa Missa e dos demais
sacramentos, a reza do terço, a oração espontânea, a oração em família ou em
grupo. Jesus nos pediu: “Orai sempre e nunca cesseis de o fazer”(Lc 18,1).
“Vigiai e orai para não cairdes em tentação” (Mt 26,41). O ser humano é grande
quando fica ajoelhado diante de Deus e O adorando. Quem reza se salva e quem não reza se
condena! O jejum quaresmal nos ajuda a termos o domínio sobre nós mesmos, e não
nos deixarmos levar por qualquer desejo da nossa fragilidade humana. Tem gente
que facilmente cai no vício e até nas drogas, pois não aprendeu a ter domínio
de si. O ser humano precisa comer para viver, e não apenas viver só para comer!
O jejum nos ajuda também a entender a dura condição dos pobres, dos doentes e
de todos os que não têm possibilidade de comer o suficiente e de ter as condições
dignas para a sua existência.
A Quaresma representa para os
fiéis à ocasião propicia para uma profunda revisão de vida. No mundo
contemporâneo, junto a generosos testemunhos do Evangelho, não faltam batizados
que, adotam uma posição de indiferença e, às vezes, também de resistência. São
situações nas quais a experiência da oração se vive de maneira bastante
superficial, de modo que a palavra de Deus não incide sobre a existência.
Muitos consideram insignificante o Sacramento da Penitência e a celebração
eucarística do domingo. Precisamos redescobrir a urgência de confrontar-se com
a verdade do Evangelho e da Igreja. Devemos dar atenção especial às Confissões.
No Evangelho a cura do corpo é sinal da purificação mais profunda, que é
remissão dos pecados (Mc 2,1-12). Mediante o Sacramento da reconciliação, o Pai
nos concede em Cristo seu perdão e isto nos impulsiona a viver na caridade,
considerando o outro não como um inimigo, e sim como um irmão. O perdão e a
reconciliação sacramental são imprescindíveis para levar a cabo uma real
renovação pessoal e social. Isto vale nas relações interpessoais, mas também
nas relações entre as comunidades. O amor de Deus encontra sua mais alta
expressão quando o homem, pecador e ingrato, é readmitido a plena comunhão com
Deus, com os outros e consigo mesmo. Por isso, devemos criar na paróquia
momentos para que as pessoas se sintam motivadas e tenha a oportunidade de se
confessarem com o padre.
A quaresma é o tempo privilegiado
para a prática da caridade fraterna. A Quaresma é o tempo propício para a
missão, para a evangelização! Por isso com a celebração da Quaresma inicia-se a
Campanha da Fraternidade. Todos os anos durante o período quaresmal a CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) realiza a Campanha da Fraternidade,
que tem por objetivo despertar a solidariedade de seus fiéis e de toda a
sociedade em relação a um problema concreto que envolve toda a nação, buscando
uma solução para o mesmo. Para o ano de 2012, a CNBB sugeriu o tema
"Fraternidade e Saúde Pública" e o lema "Que a saúde se difunda
sobre a terra!" (Cf. Eclo, 38,8). A Campanha da Fraternidade deste ano nos
leva a um compromisso com a vida em sua totalidade conforme as palavras de
Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenha em abundancia” (Jo 10,10).
Observamos muitos avanços no campo da medicina, mas infelizmente todo o sistema
da saúde é ainda precário: Morre-se antes de nascer e se morre antes de morrer!
O Objetivo Geral da Campanha da Fraternidade de 2012 é: "Refletir sobre a
realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o
espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos e mobilizar
por melhoria no sistema público de saúde" (p. 12 do Texto-Base). A
Campanha da Fraternidade não deve ser refletida somente no tempo da quaresma,
ela deve se estender em nossas práticas diárias o ano todo e pelo resto de
nossas vidas. Além do Objetivo Geral a Campanha da Fraternidade para 2012
apresenta seis objetivos específicos. Estes são: "1.) Disseminar o conceito
de bem viver e a prática de hábitos de vida saudável; 2) Sensibilizar as
pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e a
integração na comunidade; 3) Alertar para a importância da organização da
Pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está
incipiente e dinamizá-la onde ela já existe; 4) Difundir dados sobre a
realidade da saúde no Brasil e seus desafios, como sua estreita relação com os
aspectos sócio-culturais de nossa sociedade; 5) Despertar nas comunidades a
discussão sobre a realidade da saúde pública, visando à defesa do SUS e a
reivindicação do seu justo financiamento; e 6) Qualificar a comunidade para
acompanhar as ações da gestão pública e exigir a aplicação dos recursos
públicos com transparência, especialmente na saúde" (cf. p. 12 do
Texto-Base da CF).
O Estado tem que melhorar o seu
atendimento aos cidadãos e não entregar a questão da saúde na iniciativa
privada. Saúde é direito constitucional de cada brasileiro. Precisa investir
mais no saneamento básico, no atendimento melhor do SUS, na prevenção.
Precisamos, nas nossas paróquias, assumir as iniciativas concretas: visita aos
doentes nas famílias e nos hospitais, fundar a Pastoral da Saúde onde ainda não
existe e reforçar onde já funciona. “A fé sem obras é morta” (Tg 2,26). Devemos
lembrar ainda que esta Campanha deve nos ajudar a sermos mais solidários com os
outros, assumindo a atitude do Bom Samaritano que ver, se aproxima e se
compadece, cura, coloca no seu próprio animal, leva para a hospedaria e cuida
daquele que estava caído ao chão, sofrido e enfermo. Pois, o Bom Samaritano é
todo aquele homem ou mulher que se detém junto ao sofrimento de seu semelhante,
seja qual for o seu sofrimento. Sensível ao sofrimento de outrem, sendo presença-serviço
na vida daquele que sofre e clama por cuidados, solidariedade e compaixão.
Motivar os grupos e pastorais a mobilizarem o povo para momentos juntos de
reflexão, oração, penitência, celebrações, retiros espirituais, visitas e
acompanhamento às pessoas que se encontram doentes e necessitando de alguma
assistência tanto na cidade quanto na zona rural, gerando um compromisso
cristão e social. Neste período é importante também dar atenção especial ao
Sacramento da Unção dos Enfermos que é ápice em favor e ao serviço dos irmãos
enfermos da comunidade, comprometendo a todos na vida da Igreja. Precisamos nas
visitas aos enfermos enfatizar a figura de Maria, Mãe das dores e dos aflitos,
Senhora da saúde e dos enfermos, aquela que sempre demonstrou especial
solicitude para com os sofredores.
A abertura da Campanha da
Fraternidade não pode resumi-se apenas à missa da Quarta-feira de Cinzas, mas
deve ser um momento para chamar a atenção e convidar a sociedade para uma boa e
saudável reflexão em relação a este assunto, através da mídia local (radio, TV,
vozes, e carros de propaganda volante). Para isso é importante que nossos
agentes estejam preparados, e tenham feito estudos sobre o assunto que envolve
a temática da Campanha. Seria propicio convidar as entidades e organismos da
sociedade para um seminário ou debate sobre o tema da saúde no município.
Poderiam também ser realizadas palestras nas escolas da rede publica e também
nas Universidades presentes em algumas localidades.
Sabemos que em nossas cidades já
funcionam os Conselhos Municipais de Saúde, nos quais nossas paróquias já estão
envolvidas; certamente, a partir desta iniciativa já haverá um caminho a ser
traçado para o futuro da Pastoral da Saúde.
Na Campanha da Fraternidade o
gesto concreto se revela na Coleta da Solidariedade, realizada no Domingo de
Ramos, por isso a mesma deve receber uma motivação mais plausível como fruto de
reflexão, jejum, abstinência e solidariedade vivenciada neste tempo quaresmal.
Todos sabem que 60% do arrecadado fica no fundo diocesano de solidariedade e
40% é encaminhado para o fundo nacional e que pode retornar um dia para as
paróquias através de seus projetos. Basta para tanto formar uma equipe que
possa se responsabilizar por isso.
Temos muito trabalho pela frente e
contamos com cada um de vocês! Quero lembrar que em 2012 teremos eleições
municipais em todo o país, portanto a saúde se tornará ponto de discussão
obrigatória para todos os candidatos e as nossas comunidades.
Agradeço a todos quantos -
sacerdotes, religiosos/as, numerosos leigos – que prestam nos quatro cantos da
Prelazia de Coari (AM) o testemunho de fé e de caridade. O mundo espera dos
cristãos, de nós católicos, um testemunho coerente de comunhão e de
solidariedade.
Jesus Ressuscitado disse:
"Eu estarei convosco até ao fim do mundo" (Mt 28, 16-20). Estas
palavras de Jesus asseguram-nos que não estamos sozinhos ao anunciar e viver o
evangelho da caridade. Também nesta Quaresma do ano 2012, Ele nos convida a
voltar para o Pai, que nos espera de braços abertos, para nos transformar em
sinais vivos e eficazes do seu amor misericordioso na construção do mundo mais
justo, mas fraterno e mais humano.
Que Maria, Mãe da Igreja e Mãe do
Belo Amor e da Esperança, seja guia e apoio neste nosso itinerário quaresmal na
Prelazia de Coari (AM). A todos incluo com afeto na minha oração, enquanto de
bom grado concedo a cada um uma especial benção episcopal.
Coari - AM, 16 de fevereiro de
2012
+ Marcos Piatek,
CSsR
Bispo da Prelazia de Coari (AM)
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA BENTO XVI PARA A QUARESMA DE 2012
Irmãos e irmãs!
A Quaresma oferece-nos a
oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor.
Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de
Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se
de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a
esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns
pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus:
«Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas
obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor
sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos
obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida
edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do
Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de
conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa
solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas
obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para
apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração
da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em
Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um
ensinamento precioso e sempre actual sobre três aspectos da vida cristã: prestar
atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.
1. «Prestemos atenção»: a
responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a
«prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem,
estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade.
Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as
aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objecto de
solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da
trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista
do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da
mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o
Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece
na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por
Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente
ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a
indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência
de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do
Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede
para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos
relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro
e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a
consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de
Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé
deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo
Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do
nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a
compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo actual sofre sobretudo
de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise
de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no
monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum
progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se
deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e
espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do
mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus
é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e
promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo
próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele
se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às
suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração
endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos
sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas
quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração
do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com
indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores
(cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá
conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16,
19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de
olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e
de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas
pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias.
Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso
coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que
fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a
experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um
despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos
pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a
bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de
sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o
outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de
bem-aventurança.
O facto de «prestar atenção» ao
irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo
recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correcção
fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito
sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos
outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na
Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades
verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal
do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro.
Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao
sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu
saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um
pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correcção fraterna –
elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de
denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A
tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de
«corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão.
Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles
cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à
mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e
agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a
advertência cristã nunca há-de ser animada por espírito de condenação ou
censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira
solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for
surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com
espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser
tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é
necessário redescobrir a importância da correcção fraterna, para caminharmos
juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura
–, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um
grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si
mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais rectamente o caminho do
Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e
reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com
cada um de nós.
2. «Uns aos outros»: o dom da
reciprocidade.
O facto de sermos o «guarda» dos
outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à
dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e
aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como
a actual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências
espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O
apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm
14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade»
(Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de
que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correcção e exortação, em
espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a
Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros
como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua
vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos
aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com
a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor
possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo,
verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e
implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e
jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se
manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros»
(1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor
pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal,
juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com
a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua
participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na
reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com
eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar
nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a acção do Espírito
Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5,
16).
3. «Para nos estimularmos ao amor
e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Esta afirmação da Carta aos
Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o
caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a
um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção
recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efectivo
sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4,
18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na
nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de
Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena
maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de
crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para
chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre
presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a
render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25,
24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a
realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação
pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na
vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o
convite, sempre actual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João
Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao
reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos
exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas
virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm
12, 10).
Que todos, à vista de um mundo
que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor,
sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras
boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo
de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda,
confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo
a todos a Bênção Apostólica.
Vaticano, 3 de Novembro de 2011
BENEDICTUS PP. XVI
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