No dia 15 de novembro
de 2013 começou o Novenário na Paróquia Cristo Libertador em homenagem ao Cristo
Libertador. A Paróquia Cristo Libertador, em Manacapuru, faz parte integrante
da Prelazia de Coari. A Igreja Matriz ficou preparada com muito esmero e
dedicação pela comunidade paroquial.
Missa da abertura do Novenário contou com a presença de Dom Marcos Piatek, bispo da Prelazia de
Coari-AM. Todas as nove Comunidades, que compõe a paróquia Cristo Libertador
estavam presente na oração. Concelebrou com o bispo o Pe. Raimundo Gordiano,
Vigário Episcopal da Prelazia de Coari e pároco da paróquia Cristo Libertador. A
liturgia bem preparada e participativa criou o clima muito bom para a
celebração eucarística!
O tema central do
festejo em homenagem ao Cristo Libertador é o seguinte: “Jesus Cristo: fonte de
fé e missão”. Se fez o referimento ao Ano da Fé e à Nova Evangelização.
O tema da primeira
noite do novenário foi: “O Reino de Deus se manifesta em Jesus Cristo”. Na
introdução da sua pregação Dom Marcos Piatek lembrou que o primeiro a pregar
sobre o Reino de Deus foi João Batista: “Naqueles dias, apareceu João Batista
pregando no deserto da Judéia e dizendo: Convertam-se, porque o Reino do Céu
está próximo” (Mt 3,1-2). Este fato mostra a estreita ligação entre o Antigo e
o Novo Testamento. Nisso há uma ligação, uma continuação, mas também uma
novidade. Jesus começa a sua pregação sobre o reinado de Deus a partir do
momento em que João Batista foi preso (Mt 4, 12-17). Jesus percorria todas as
cidades e aldeias pregando o Evangelho do Reino: ”Jesus percorria todas as
cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e
curando todo mal e toda enfermidade” (Mt 9,35). As parábolas do Reino de Deus
(semeador, tesouro, pérola, fermento) mostram a gratuidade de Deus. É Deus quem
reina, Ele é o semeador, o tesouro... O Reino de Deus é uma realidade dinâmica
que se desenvolve progressivamente.
Dom Marcos lembrou que O
Reino de Deus se identifica com: 1. A pessoa, 2. O kerigma – pregação e 3. A praxes
de Jesus Cristo. Ad. 1. O Reino de Deus possui uma dimensão personalista.
Encontrar-se com o Reino de Deus quer dizer encontrar-se com Deus. Com
a vinda do Reino de Deus chega ao fim o domínio de satanás, do pecado e da
morte: “Se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, o Reino de Deus
portanto chegou para vós” (Mt 12, 28). A proximidade do Reino
de Deus está presente na pessoa de Jesus Cristo. Jesus é Rei, mas não conforme
as especulações puramente humanas. O seu reino tem o momento presente, mas
também o momento escatológico. Nele ora se acentua o “já”, ora o “não ainda”. É
verdade que o Reino de Deus acena para o plano escatológico e espiritual, mas
também para o plano sócio-político!
Em Jesus Cristo todos os exclusivismos
foram superados (Lc 13, 21). Fica claro que o Reino de Deus não pode ser
regionalizado ou limitado a uma determinada forma cultural: todos são destinatários
do Reino de Deus. Porém, precisa dizer também com clareza que Jesus tem o
carinho muito especial e a preferência para com os pobres, os doentes, os
marginalizados, as crianças, as mulheres, os pecadores (Mt 9, 12-13): “Os
fariseus disseram aos discípulos: "Por que vosso mestre come com os
publicanos e com os pecadores? Jesus, ouvindo isto, respondeu-lhes: "Não
são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes. Ide e aprendei
o que significam estas palavras: Eu quero a misericórdia e não o sacrifício (Os
6,6). Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores."
Ad. 2. O kerigma –
pregação de Jesus aborda numerosos temas específicos, mas as grandes linhas do
ensinamento de Jesus se encontram no Sermão da Montanha, no Novo Mandamento e na
pregação sobre o Reino de Deus. Ad. 3. O Reino de Deus é dom de Deus, mas exige
da colaboração humana. O Reino de Deus está ligado com a práxis
– comportamento – atitudes – testemunho de vida. Por isso, do encontro com o
Reino de Deus nascem as consequências éticas. Como da Aliança nascia o
Decálogo, também do Reino de Deus nasce o “Decálogo do Novo Testamento”, em
forma de certas exigências éticas. O Reino de Deus é um Dom gratuito, mas para
acolhê-lo e vivenciá-lo precisa realizar certas atitudes. O Reino de Deus exige
uma resposta ética da parte das pessoas e da parte da comunidade. E aqui nasce o espaço para o agir moral e para
a vida ético-teológica. É o momento da práxis, do testemunho!
Como o tema da
noite era muito vasto Dom Marcos se limitou a mostrar as exigências éticas do
Reino de Deus apenas no evangelho de São Mateus. Segundo o evangelista São
Mateus são necessárias as seguintes atitudes para receber e construir o Reino
de Deus: 1. Uma opção a favor do Senhor – “Ninguém pode servir a dois
senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e
desprezará o segundo” (Mt 6, 24). 2. A conversão – “Em verdade vos digo
que, se não vos converterdes, de modo algum entrareis no Reino do Céu” (Mt 18,
3). 3. A caridade fraterna –
“Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino de Deus...Porque tive
fome e me destes de comer. Tive sede e
me destes de beber. Era forasteiro e me recolhestes. Estive nu e me vestistes,
doente e me visitastes, preso e vieste ver-me” (Mt 25, 34-36).
4. A justiça maior que a dos fariseus e dos
escribas – “Se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos
fariseus, vocês não entrarão no Reino do Céu” (Mt 5, 20). 5. Uma busca ativa
do Reino de Deus - “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua
justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6,33). 6. Uma alma
de “pobre” – “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino
do Céu”. Riqueza de Deus! (Mt 5, 3).
7. Uma atitude de criança – “Quem é o maior no Reino dos Céus? Se não vos tornardes como as crianças, de modo algum entrareis no Reino do Céu... Delas é o Reino do Céu” (Mt 18, 1-3; 19, 14). 8. Suportar as perseguições – “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu” (Mt 5, 10). 9. O sacrifício - desapego de tudo que se possui - “Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no Reino do Céu” (Mt 19, 23). 10. A prática dos mandamentos, sobretudo do mandamento do amor: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? Amarás ao Senhor... Amarás o teu próximo...” (Mt 22, 34-40). “Nem todo aquele que diz Senhor; Senhor entrará no Reino do Céu, mas aquele que pratica a vontade de meu Pai” (Mt 7, 21). “Não pensei que vim revogar a Lei e os Profetas... Vim dar-lhes pleno cumprimento. Aquele que violar um só desses menores mandamentos será chamado o menor no Reino do Céu. Aquele que os praticar e os ensinar, esse será chamado grande no Reino do Céu” (Mt 5, 17ss). 11. Precisa ser batizado – “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc16,16). “Toda a autoridade me foi dada sobre o céu e sobre a terra...Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordene” (Mt 28 ,18-19). 12. O cumprimento da vontade do Pai – “Aquele que pratica a vontade de meu Pai que está no céu, entrará no Reino do Céu” (Mt 7, 21).
A pregação de Dom Marcos
terminou lembrando o papel de Maria com Rainha e a Serva do Senhor, a
primeira discípula missionária de Jesus Cristo!
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