No dia 9 de Novembro
celebramos a data dos três aniversários pelos quais louvamos a Santíssima
Trindade.
I. O primeiro
aniversário é ligado com a criação da Diocese de Coari (AM). Foi exatamente um
mês atrás que, no dia 09 de novembro de 2013 o Vaticano e a Nunciatura
Apostólica no Brasil nos informavam: “O Santo Padre Francisco dignou-se elevar
a Prelazia territorial de Coari à Diocese nomeando seu primeiro Bispo
Excelentíssimo Dom Marek Marian Piatek, C.Ss.R.”
II. No dia 9 Novembro
a Igreja celebra a Festa da Dedicação da Basílica de Latrão em Roma.
A Basílica do Latrão é
dedicada ao SS. Salvador e mais tarde também aos Santos João Batista e João
Evangelista. A Igreja tem como alicerce, como fundamento Jesus Cristo! São
Paulo é enfático: “Ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que está
aí, já colocado: Jesus Cristo” (1 Cor 3,11). Esta Igreja fundada por Jesus
Cristo tem como colunas os 12 Apóstolos e os seus sucessores - bispos. Os
primeiros cristãos, por causa da perseguição, se reuniram para rezar e para
celebrar a fração do pão (Eucaristia) nas casas (igrejas domesticas). Quando
parou a perseguição começaram surgir oficialmente os primeiros templos. Na
cidade de Roma, onde se encontram os túmulos do Apóstolo S. Pedro e de São
Paulo, a primeira igreja foi construída pelo imperador Constantino, no bairro
romano Latrão e, foi dedicada (benta, consagrada) ao SS. Salvador e aos santos
João Batista e João Evangelista.
A basílica lateranense
foi fundada pelo Papa Melquiades (313-314) nas propriedades doadas para este
fim pelo imperador Constantino, ao lado do palácio lateranense, até então
residência imperial e depois residência pontifícia. Surgia assim a Igreja do
SS. Salvador, a igreja-mãe de todas as igrejas de Roma e do mundo inteiro,
destruída e reconstruída muitas vezes. Foram celebradas nela cinco grandes
Concílios nos anos de 1123 a 1512. Como lá morava o papa ela é chamada “Mãe e
cabeça de todas as igrejas da Urbe (cidade de Roma) e do Orbe (mundo).
A basílica do Latrão
se tornou a primeira catedral do mundo porque lá estava a “cátedra = cadeira”
dos sucessores de S. Pedro. A Igreja do Papa ela “preside a assembleia
universal da caridade” (S. Inácio de Antioquia, /35-107/). Ao contrário do que
muitos pensam, é esta basílica, e não a basílica de S. Pedro no Vaticano, o
templo mais antigo.
A festa da dedicação
da basílica do Latrão tem um caráter importante, que é celebrar a unidade e o
respeito para com a Sé Romana do Santo Padre. Unindo-se hoje à Igreja de Roma,
as Igrejas de todo o mundo lhe reconhecem a “presidência da caridade”.
III. No dia 9 de
novembro os Missionários Redentoristas celebram o 281 aniversário da sua
fundação (1732-2013).
A respeito disso os
historiadores nos informam, que Santo Afonso Maria de Ligório “o cavaleiro
napolitano de linhagem, o intelectual consumado, o artista de qualidade, o
padre solicitado pelos nobres e pelas almas da elite, o mais valorizado dos
ilustríssimos da capital e das cidades do Reino, aos 35 anos e 6 meses,
decide-se a dizer adeus ao continente de sua juventude e de sua primeira idade
madura. Ele muda de “mundo” (Th. Rey Mermet, 267). Um outro historiador diz
assim sobre a fundação dos Missionários Redentoristas: “No dia de 9 de novembro
de 1732, S. Afonso M de Ligório com os seis companheiros, mais o dom Falcóia,
cantam a Missa do Espírito Santo e o ‘Te Deum’ da fundação da congregação; não
na catedral de Scala, mas no humilde oratório da hospedaria das irmãs
redentoristinas” (F.Kunz, vol.I, 258).
A Congregação do
Santíssimo Redentor (Redentoristas) foi fundada na cidade de Scala, no sul da
Itália. A história nos diz que “Em Scala, Santo Afonso aparece pela primeira
vez no mês de maio de 1730. Os seus médicos o enviaram a restabelecer-se nas
alturas de Scala e Ravello, que faziam parte da linda Costa Amalfitana. É uma
região linda e boa para se descansar e pensar na vida, numa paisagem
paradisíaca”. Segundo o Pe. A. Tannoia: “Foi essa a ocasião de que Deus se
serviu para fazer com que Afonso descobrisse a grande miséria espiritual de que
sofriam tantas almas privadas dos sacramentos e da Palavra de Deus, que
“apodreciam” abandonadas nos campos e nos casebres ... A experiência do mundo
do abandono, em Scala, foi decisiva. A volta para a cidade de Nápoles não foi
total. “Seu coração tinha permanecido em Santa Maria dos Montes (nas montanhas
de Scala). Não deixou abandonados os seus amados pastores e cabreiros. Considerando
sua necessidade pedia a Deus que suscitasse entre os filhos de Abraão quem
cuidasse daquela infeliz gente” (A.Tannoia, 62-63).
Qual é a finalidade
dos Missionários Redentoristas? O próprio fundador, Santo Afonso, a define
assim: “O fim do Instituto (redentoristas) é formar sacerdotes que vivam em
comum... sendo seu único fim, seguir os exemplos do SS. Salvador Jesus Cristo,
pregando a Palavra de Deus, conforme ele falou de si mesmo: enviou-me a
evangelizar os pobres...” (Lc 4,18). Eis os elementos básicos do carisma
(finalidade) dos missionários redentoristas:
1. “Viver em comum”.
Vida comunitária é a essência da vida consagrada!
2. “Seguir os exemplos
do SS. Salvador Jesus Cristo”. Finalidade é amar Jesus Cristo Redentor como a
razão do nosso ser e do nosso fazer! A respeito disso Santo Afonso de Ligório
diz: “Antes da Encarnação do Verbo, o homem podia duvidar se Deus o amava com
verdadeiro amor. Mas depois da vinda do Filho de Deus, e depois que ele morreu
por amor dos homens, como podemos ainda duvidar?... Olha aquela cruz, aqueles
sofrimentos, aquela morte cruel de Jesus por ti. Após tantas e tão grandes
provas de amor não podes duvidar de que ele te ama e te ama muito”. (Afonso de
Ligório, A prática de amor a Jesus Cristo, 48-49).
3. “Pregando a Palavra
de Deus”, fazendo as santas missões. Santo Afonso lembrava já naquele tempo que
“O mundo está cheio de pregadores que pregam a si mesmos e não Jesus Cristo, ao
passo que o inferno está cheio de almas”. Sto. Afonso, Selva di materie
predicabili, 242).
4. O destinatário do
carisma redentorista é o abandonado, o pobre conforme as palavras do próprio
Jesus na sinagoga de Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele
me ungiu para pregar boa-nova aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade
aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos” (Lc
4,18).
O missionário
redentorista tem que ser a “Viva Memória do Redentor” e colocar a tenda da
Igreja onde ela ainda não está plantada e, sobretudo realizar a vontade de Deus.
“Muitos querem servir a Deus, mas conforme seu gosto, em tal emprego, em tal
lugar, com tais companheiros, em tais circunstâncias. Se não for assim, ou
deixam os seus deveres ou agem de má vontade. Essas pessoas não têm a liberdade
de espírito, mas são escravas de seu amor próprio... Agradar a Deus e morrer ao
amor próprio, eis a primeira regra dos santos!” (S. Afonso Maria de Ligório, A
prática do amor a Jesus Cristo, Ed. Santuário, Aparecida 1987, 84).
Toda a obra dos
missionários redentoristas é colocada nas mãos da Santíssima Trindade e nas
mãos de Maria. Numa das suas carta S. Afonso escreve: “Não deixemos jamais de
recomendar-nos a divina Mãe” (29.07.1774).
Nenhum comentário:
Postar um comentário