Na nossa região do Rio
Solimões existe um fenômeno chamado as casas flutuantes. Casas flutuantes ficam
sobre toras de madeira que, molhadas, duram décadas. Quem mora por aqui diz que
essas casas são como peixes. Morrem se ficarem fora d'água. Elas são
construídas para suportar bem esse balanço que é constante e que aumenta quando
cai uma tempestade ou passa um barco grande. Mas, quando o rio ou o lago seca,
se elas se apoiarem sobre o terreno, que é irregular, o estrago vai ser grande.
Elas bóiam graças a
flutuadores. São sempre quatro ou cinco toras de uma madeira chamada açacu.
Fora d'água elas secam e se estragam em menos de dois anos. Mas molhadas, duram
décadas. E em cima delas, as famílias vivem, montam bares, vendas. Toda família
tem seu barco. Seja uma canoa pequena, a remo, ou um barco com motor potente.
Senão, ninguém sai do lugar.
Na cidade de Coari existem
mais de 100 casas flutuantes. Para atender os moradores destas moradias todo
especiais a Paróquia Sant’Ana e S. Sebastião começou a visitar as famílias que
moram nos flutuantes. As pessoas têm as dificuldades de se locomoverem de
canoas para as igrejas na cidade, sobretudo na parte da noite. Para facilitar a
vida cristã dessas pessoas a paróquia vai até elas.
Algum tempo atrás o
Papa Francisco disse aos sacerdotes que eles precisam sentir cheiro das
ovelhas. As famílias são visitadas, as crianças se prepara para o Sacramento do
Batismo e até um grupo de pessoas se prepara para o Sacramento da Crisma e do
Matrimônio.
O trabalho missionário
com os moradores nos flutuantes assumiu em modo especial a Pastoral da Criança
na pessoa da Missionária da P. da Criança Dulcinéia (Néia). Ela com a sua
equipe visita as casas nas águas, evangeliza e orienta pastoralmente.
Uma vês por mês os
moradores dos flutuantes se reúnem numa determinada casa para a celebração da
Santa Missa. Se celebra também outros sacramentos, o povo é evangelizado e as famílias
são santificadas.
Quem sabe os moradores
das casas flutuantes em Coari vão ganhar um dia uma capela flutuante parecida
àquela que se encontra em Manacapuru: a Capela Rosa Mística!
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